Nas apresentações que faço sobre Viver de Renda eu explico os passos necessários para atingir a desejada independência financeira.

No terceiro passo, eu falo sobre a reserva para emergências, que são aqueles acontecimentos que ocorrem em nossas vidas em momentos inesperados e que, geralmente, não nos prepararmos para tal, nem psicologicamente e muito menos financeiramente.

Sempre um dinheiro deve estar reservado para estes momentos ( por exemplo: a perda de um emprego ) mas outras ações devem ser tomadas para garantir o nosso patrimônio agora e para o futuro. 

Seguro é considerado, por nós brasileiros, como um custo desnecessário e, muitas vezes,  só adquirimos quando ocorre algo ruim, como o roubo de um carro, moto, casa, etc.

Desta forma, eu pedi para um amigo escrever um resumo sobre Seguros e as várias modalidades para diferentes tipos de coberturas.

Segue o artigo escrito pelo Sr Paulo de Tarso Meinberg

A primeira coisa que pensamos ao comprar um automóvel é a contratação de um seguro. Geralmente, não retiramos o veículo da concessionária sem a confirmação da cobertura do seguro.

Já com relação a nós mesmos nem sempre tomamos o mesmo cuidado, não planejamos nossa proteção e a proteção de nossos familiares.

O que é mais importante: nosso carro ou nossa família?

Com certeza todos responderam que a família é mais importante, nosso maior patrimônio.

Alguns dirão que seguro de vida, saúde e previdência são caros, não dá para contratar.

Não é bem assim, o importante é fazer um planejamento e contratar o seguro adequado à sua realidade em função de idade, estado civil e situação econômica.

Os jovens iniciando sua carreira profissional, solteiros, ainda não estão no momento de se preocupar com a cobertura de morte por causa natural e a aposentadoria. Devem se preocupar é com os riscos de acidente que estão mais expostos. Vão a baladas, praticam esportes de aventura, entre outras atividades. O risco de uma invalidez decorrente de um acidente é maior.

A invalidez decorrente de acidente para um jovem é mais dramática do que a morte. Ficando inválido, além de ficar impossibilitado de se desenvolver economicamente, torna-se um ônus para a família. 

Um seguro de invalidez por acidente minimiza o drama decorrente do acidente. Seguro de invalidez por acidente tem um custo bem acessível.

Seguindo a vida, o jovem se forma, começa a desenvolver sua carreira profissional, constitui família, passa a ter responsabilidades, e deve definir formas de proteger sua família no caso de ausência prematura.

Nessa fase da vida, deve-se considerar um Seguro de Vida Temporário com coberturas de Morte por Qualquer Causa, Invalidez por Acidente, Invalidez por Doença, Doenças Graves, um Plano de Saúde e um Plano de Previdência.

O Seguro de Vida Temporário deve garantir um valor correspondente entre três a cinco anos do rendimento. Montante razoável para que a família se reestruture economicamente.

O Plano de Saúde para que possa se cuidar no caso de uma eventual doença, não esquecendo da cobertura de parto no caso da família crescer.

Deve iniciar um Plano de Previdência; por menor que seja o aporte mensal ao longo do tempo será muito importante. É fundamental iniciar um plano de Previdência Privada, pois a Previdência Pública Social cada vez mais oferecerá benefícios mínimos. Mais para frente vou abordar mais detalhadamente o tema.

A família crescendo com a chegada dos filhos, é importante a contratação de Seguro Educação que garanta a formação do filho na ausência do pai, podendo ainda adicionar uma cobertura por sobrevivência, cujo valor,  a ser recebido ao final da vigência permita ao jovem iniciar sua carreira profissional. Conforme a profissão poderá abrir um consultório, uma oficina, um escritório,  etc.

Até aqui temos um planejamento bem elaborado, mas está na hora de pensarmos na manutenção após a carreira profissional, na aposentadoria, na terceira idade, ou na melhor idade, como preferir pensar.

Alguns dirão: não preciso de um Plano de Previdência, sou um bom empreendedor e o patrimônio que vou construir será suficiente para meu sustento. Outros dirão sei aplicar minha poupança de forma que ela poderá render mais que um plano de previdência.

São argumentos fortes e verdadeiros, porém não se esqueça dos imprevistos da vida econômica. Grandes empresas desapareceram ao longo do tempo. Onde está a Kodak, maior fabricante de filmes por acetato para fotografia depois da foto digital?

Onde foram parar as poupanças pessoais com a crise de 1929 nos EUA, e mais recentemente com a “bolha imobiliária” que tornou pó grandes investimentos?

Contratamos um seguro ou um plano de previdência quando não podemos suportar a perda decorrente dos riscos aos quais estamos expostos. Quem compra um carro financiado sem seguro e ele é roubado. Tem que pagar todas as parcelas do financiamento e fica sem o carro. 

Quem não contrata um seguro de vida e um plano de previdência como se manterá ao se aposentar.

Atualmente no mercado de previdência temos, duas modalidades de planos, o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre). A proposta das duas modalidades é gerar um montante em Reserva a ser utilizada quando da aposentadoria.

Aí vem a primeira dúvida: qual o plano devo contratar, o PGBL ou o VGBL?

O que difere o PGBL e o VGBL é o tratamento fiscal.

No PGBL, o Participante (nome do contratante do plano, equivale ao Segurado nos Contratos de Seguro) pode abater anualmente do Imposto de Renda da Pessoa Física, o valor aportado/contribuído ao plano, até o montante de 12% da renda. A Reserva do PGBL (montante aportado mais seu rendimento) terá incidência de Imposto de Renda no momento do resgate, conforme a Tabela Progressiva, aplicada sobre o total do resgate, ou seja, o valor aportado, (contribuição do participante), mais o rendimento auferido durante a vigência do plano.A contratação do PGBL é uma opção indicada para as pessoas que, ao declarar imposto de renda, utilizam o formulário completo.

No VGBL o Participante não abate anualmente do Imposto de Renda da Pessoa Física os aportes/contribuições realizados. No momento do resgate o Imposto de Renda incide apenas sobre o ganho de capital (diferença do valor da Reserva atualizada, menos o valor aportado).A contratação do VGBL é indicada para profissionais liberais e pessoas que utilizam o formulário simplificado do imposto de renda.

Ao contratar um plano de previdência (PGBL ou VGBL), o participante deve observar as taxas de carregamento e de administração.

A Taxa de Carregamento é aplicada no momento do aporte/contribuição e, varia de entidade para entidade. No mercado existem entidades que estão “zerando” (eliminando) a Taxa de Carregamento.

A Taxa de Administração incide sobre o total da Reserva, variando de entidade para entidade. Por menor que seja a diferença percentual da Taxa de Administração, ao longo do tempo pode representar uma quantia significativa do valor da Reserva.

Importante também é observar o tipo de Reserva. Pode ser constituída de aplicação em Renda Fixa, considerado um plano conservador. Pode ser constituída da composição de parte em Renda Fixa e parte em Renda Variável (ações) considerado um plano moderado. Também pode ser agressivo, com a Reserva constituída basicamente por ações.

As taxas de carregamento e de administração e o tipo de reserva são definidos no momento da contratação do Plano.

As reservas são constituídas em fundo específico com CNPJ, não podendo ser utilizadas pela Entidade de Previdência Privada para outra finalidade a não ser atender os benefícios do plano, e têm seus rendimentos publicados na imprensa especializada.

Para a contratação de um plano adequado à sua real necessidade, o participante deve recorrer a um Corretor de Seguros especializado, que lhe orientará para a aquisição do plano ideal.

 

Bio do autor do artigo: Paulo de Tarso Meinberg

Administrador de Empresas, com especialização em seguros, foi executivo de seguradoras, membro de entidades de classe, é fundador e foi Presidente do CVG-SP – Clube Vida em Grupo de São Paulo, fundador e acadêmico da ANSP – Academia Nacional de Seguros e Previdência, foi professor na Escola Nacional de Seguros, na Faculdade Osvaldo Cruz e FMU – Faculdade Metropolitana Unida, é Diretor de Fiscalização do IBRACOR – Instituto Brasileiro da Auto Regulação do Mercado de Corretagem de Seguros, de Resseguros, de Capitalização e de Previdência Aberta Complementar, corretor de seguros, sócio gerente da Meinberg Administração e Corretagem de Seguros Ltda.

Paulo de Tarso Meinberg

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