Um dos prazeres da vida é encontrar pessoas especiais ao longo de nossa jornada na terra.
Gente simples, humilde, verdadeira, cheia de energia para aproveitar a vida, mesmo com os percalços que todos temos.
Há alguns anos, eu conheci o Marcos Dallaval e desde o começo senti que ele tinha esse algo especial.
Foram anos trabalhando juntos e minha admiração sempre crescendo como profissional e como ser humano.
Um apaixonado por Bikes. Um consultor desse hobby.
Parece um garoto quando o assunto é “Mountain Bike ” seu corpo vibra e seus 56 anos se transformam em 18 anos.
Nesta fase de nossas vidas, precisamos procurar algo que nos propicie mais do que prazer – na verdade nos dê um TESÃO, que nos encha de Entusiasmo ( uma palavra derivada do grego que significa “Deus dentro de nós “) para acordar todos os dias e fazer o que realmente amamos.
Segue uma breve entrevista com o Marcos Dallaval. Ele nos brinda com dicas valiosas sobre este esporte que está crescendo tanto.
1 – Quando começou a praticar seu hobby preferido e por quê?
Comecei a praticar Mountain Bike (MTB para os íntimos e vamos adotar esta sigla para o texto), há pouco mais de 13 anos, motivado pela necessidade de melhorar a minha saúde.
Explico melhor – 16 anos atrás eu passei por uma fase difícil com o fechamento da minha empresa e todos os problemas associados a isto.
Na época tive graves problemas de saúde, potencializados pelo estresse.
Várias tentativas de cura com médicos, métodos e remédios… e nada.
Acabei por deparar com algo simples (para quem está de fora parece simples). Basicamente consistiu na prática de um esporte com esforço fisico e que exigia muita concentração. Santo remédio para o estresse. Comecei com academia e Tênis, e depois para a Bike (bicicleta em inglês usado pelos praticantes deste esporte).
2 – O que você sentiu, e sente, quando pratica este hobby?
Prazer é a palavra única. MTB é um esporte que exige condicionamento fisico e por aí já temos o primeiro benefício (fisico).
Por outro lado frequentamos vários lugares fora da zona urbana, por matas e parques e isto lhe remete ao prazer visual, relaxamento e o desligar do cotidiano (esta é aquela parte que a concentração trás). Então aí temos o conjunto ideal = fisico + mental.
3 – Qual o sentido que isso traz à sua paz mental, emocional, espiritual?
Vamos imaginar você podendo estar em lugares frequentados por poucas pessoas. Lá em cima num pico qualquer, com acesso limitadíssimo, ao qual pode se chegar somente a pé ou de Bike.
Envolvido na tarefa de conquistar o TOPO – isso remete para outro plano. Muitas vezes a palavra que se ouve é “ Obrigado Senhor”.
4 – Quantas vezes você pratica por semana? Quando se vê impedido de praticar, qual o efeito ao seu equilíbrio emocional, à sua mente ou corpo?
Eu pratico no mínimo três vezes por semana, sendo duas vezes nos dias úteis ( naquela horário dos viciados, acordando as 5:20 da manhã) e aos sábados temos uma Turma chamada TDP (Turma do Pedal) da qual faço parte juntamente com dois amigos desde sua fundação.
Neste grupo participamos de forma intensa promovendo as pedaladas aos sábados, viagens nacionais e internacionais, sempre, obviamente, para lugares cujo objetivo é pedalar e pedalar.
Quando me vejo impedido de praticar, o efeito imediato é o mau humor, típico de quem pratica esporte. Ficamos insuportáveis… kkkkk.
Mas o pior deles, no meu caso quando esse período de não pedal se estende, é o retorno de alguns sintomas como alergias e outras coisas.
Resumindo, corpo e mente entram em desequilíbrio total.
5 – Você se sente diferente na concepção de sua estrutura emocional, quando o pratica?
Quando pedalamos, principalmente aos sábados, temos um grupo fixo e outro flutuante, ou seja, novas pessoas, novos costumes e conhecimento sobre o esporte e equipamento.
Juntando a isso sempre faço parte da liderança e organização destes passeios. O que quero dizer, tenho uma responsabilidade pela integridade das pessoas, para que comecem e terminem a atividade sem acidentes e com o sorriso no rosto.
Essa “ responsabilidade” acaba me deixando envolvido plenamente na atividade, você é seguido e ao mesmo tempo exerce a atividade de consultor em assuntos relacionados ao tema.
As pessoas o veem como exemplo a ser seguido, acreditam nas suas ideias e alguns seguem os seus ideais no esporte.
6 – Já teve outros hobbies? Parou ou diminuiu o foco para se dedicar a este que pratica hoje?
Já tive outros hobbies como jogar tênis e andar de moto, seja com moto “custom” ou com a prática de moto enduro, frequentando trilhas como faço hoje de bike. Sem dúvida a disponibilidade de tempo para bike acabou consumindo meu tempo para o laser.
7 – Como sabe nosso publico é mais sênior e desta forma, solicito que nos dê algumas dicas para quem pretende começar com a prática deste hobby hoje, isto é, começando com baixo custo e ir investindo aos poucos.
Essa é a parte que mais gosto, inclusão na bike… kkkk.
Não existe idade para começar. Basta querer e respeitar as limitações que vão diminuindo com o tempo.
Como praxe, ainda mais em nossa faixa etária, é aconselhável antes de iniciar qualquer prática esportiva passar pelo médico e (fazer) exames cardiovasculares. Vencida esta etapa passamos para a compra de um equipamento.
Isso é uma tarefa difícil, pois quando se pergunta para um assíduo praticante o tipo e valor de uma bike de entrada, o iniciante quase cai da cadeira. kkkkk… invariavelmente escutamos “custa mais caro que meu carro!” kkkkkk…
Voltando para a aquisição da bike de entrada, estamos aqui falando de uma Bike para MTB, temos dois caminhos:
1 ) Comprar uma bike extremamente simples e descobrir em pouco tempo que terei que comprar, outra e bem mais cara, pois adorei a prática e é isso que eu quero para minha vida ou;
2) Comprar algo “ mais profissional” e preservar o investimento por mais tempo.
Lembro que não vale lamentar, ao ver sua bike com os pneus murchos, por ter investido alto numa bike de entrada. Pense bem para tomar a melhor decisão.
Vencido a etapa da aquisição que inclui um capacete, roupa adequada e um par de luvas (sem contar luzes caso venha pedalar à noite), passamos para as dicas iniciais:
Se não tem intimidade com o equipamento, procure começar com alguém mais experiente, que dê as instruções básicas sobre as regras de segurança e manuseio do equipamento, tais como, freios e câmbio.
Se já conhece o equipamento e/ou já pedalou anteriormente, você está pronto para encarar umas trilhas por ai. Da mesma forma vá com um grupo para poder auxiliá-lo tecnicamente, quando tiver que frequentar estradas de terra e trilhas com obstáculos naturais.
Comece sua atividade moderadamente, não queira seguir o líder, pois seu condicionamento lembrará rapidamente que você é um iniciante.
Nos grupos sempre haverá alguém próximo do seu condicionamento físico. Em poucos dias de pedal estará desfrutando da paisagem e conhecendo lugares nunca antes imaginado.
8 – Qual o nível de investimento básico para começar a praticar?
Como disse anteriormente essa questão é delicada. O básico do básico entre uma MTB simples e acessórios + vestuário em torno de R$ 1.000,00, para praticar pelos parques e ruas da cidade.
Já para frequentar trilhas e lugares mais técnicos, iniciaríamos o investimento em R$ 2000,00 e o céu é o limite… kkkkk.
9 – Existe algum clube, grupo etc., ao qual se pode engajar para fazer as atividades em conjunto ?
Sim, existem vários grupos neste sentido, no meu caso, como já comentei, faço parte do TDP.
Turma do Pedal ( https://www.facebook.com/tdpturmadopedal/) .
Todos são bem-vindos. Praticamos habitualmente aos sábados e fazemos trilhas nas cidades em torno da grande São Paulo, se for para a prática de hobbies de aventura
10- Quais sāo os cuidados necessários de saúde? Existe alguma limitação de idade?
Sempre em qualquer esporte é aconselhável fazer os exames básicos de saúde que incluem os exames cardiovasculares.
Vencido o credenciamento médico, inicie a atividade de forma moderada até que você se torne aquele “expert” no assunto e a regularidade ideal é de três vezes por semana, isto manterá o seu condicionamento, evitará surpresas e tornará a atividade super prazerosa.
Limitação de idade? Tenho 56 anos e me sinto totalmente apto para enfrentar grandes desafios no pedal. Participo de três tipos de competição de bike (Competições de Enduro) com mais de 12 etapas por ano. Pedalo aqui no Brasil e em lugares considerados difíceis por atletas da categoria… não sei bem o que dizer mas espero responder esta pergunta em cima de uma bike daqui uns 30 anos… kkkkkk.
11 – Qual a parte do corpo que é mais exigida? Quais os riscos envolvidos?
Para o ciclismo sem dúvida os membros inferiores são os mais exigidos, não esquecendo do restante, pois em se tratando de aventura onde frequentamos trilhas na mata com obstáculos mais difíceis, descidas íngremes e técnicas (com degraus e erosões).
Todo o corpo é exigido. Se desenvolve o equilíbrio e a firmeza além de outras habilidades que se desenvolve com o tempo.
Os riscos envolvidos naturalmente são as quedas. Faz parte deste esporte a queda, está na prática, ninguém gosta ou está esperando, mas acontece e o resultado pode ser leves escoriações ou até alguns ossos quebrados. Não se assuste com isso pois tudo está ligado a sua intensidade e habilidade durante a prática do MTB mais radical.
12- Quais equipamentos de segurança?
Primeiro colocado e indispensável vem o capacete. Cada modalidade de bike tem o seu modelo próprio. Temos as luvas e roupa especifica para pedalar que ajudará na segurança e conforto durante a prática.
Os calções normalmente na região do glúteo onde você senta tem uma região com forração especial (os melhores com uma camada de gel) que protegerá do atrito evitando aquela assadura e danos na pele.
Recomendamos também o uso de calçado especial (chamamos de sapatilhas) sendo que com o tempo entenderá que tem uma trava para prender o pé no pedal, isso auxilia na pedalada e também para não escapar o pé do pedal em locais técnicos.
Para quem vai pedalar à noite é importante o uso de luzes de advertência (vermelha na parte traseira) e farolete na dianteira.
13 – Quais sāo os passeios que recomenda para quem esta iniciando e quais para quem já tem experiência?
Para quem está começando, sem dúvida aconselho praticar nos parques e ciclovias da cidade para criar a intimidade com o equipamento e se habituar com os acessórios.
Passando por este estágio pode passar para passeios mais radicais e depois as trilhas nas matas e parques fora da cidade.
Para o experiente, é só embarcar em algum grupo de MTB e curtir as trilhas mais belas que temos neste Brasil afora. Aqui próximo da capital temos a Serra da Cantareira, a Serra do Japi, São Roque, Alumínio, Paranapiacaba e muitas outras cidades com inúmeras trilhas e opções para cada nível técnico e preparo que você possa imaginar.
3 Comentários
Que matéria sensacional! O famoso 50 é encarado com otimismo, com saúde e vigor. Ele é o exemplo de que esse Esporte não tem idade. Parabens Dimas e Pai!! Saudades. Beijos!
Adorei a matéria Dimas. Sou suspeita pra falar deste cara entrevistado rss. Muito orgulho! Bjs
Dimas, foi um enorme prazer participar de uma entrevista contigo.. Uma oportunidade de levarmos para as pessoas boas idéias e saúde…
Mias uma vez Obrigado ao amigo.