Um dos ítens de maior custo nas despesas mensais de qualquer família é a alimentação, mesmo retirando os custos de alimentação fora de casa ( que pode explodir qualquer orçamento ).
Se uma família paga um plano de saúde privado, a alimentação dentro de casa passa a ser o segundo item mais caro nas despesas mensais.
Quando fiquei desempregado por 8 meses na crise mundial de 2008, tive que tomar algumas ações para abaixar os custos fixos, sem alterar muito a qualidade de vida. Fiz um levantamento de custos com supermercado e pesquisei em grandes redes de varejo e atacado. A diferença entre as redes é enorme para uma compra mensal ( em torno de 25 % ). Passei a comprar caixa de produtos nos atacadistas como Atacadão, Giga, etc, principalmente produtos de limpeza que não são perecíveis. A minha economia passou para mais de 30 %. Essa prática não mudou mesmo depois de empregado. O dinheiro que sobrava eu investia.
Para viver em outro país, mesmo por um período curto, deve ser levado em conta a diversidade e a qualidade dos produtos e o custo mensal.
Desta forma, criei uma lista básica de produtos essenciais baseada na cesta básica do DIEESE, mais alguns produtos que adicionei para um casal viver por 1 mês.
Esta lista contêm 25 itens, incluindo:
Higiene pessoal
- Sabonete
- Paste de dente
- Papel higiénico
Limpeza
- Sabão em pó
- Sabão em pedra
- Esponja de limpeza
Alimentos
- Leite
- Farináceos
- Grãos
- Fruta
- Carne
Em cada país que visito eu verifico os preços de todos estes produtos, incluindo os imposto. A lista é o preço final em Dólares.
Devido à grande oferta de produtos nos grandes supermercados eu sempre considero o produto médio ( nem muito barato e nem muito caro ). Sempre pesquiso nas grandes redes de supermercados que oferecem melhores preços de acordo com as informações que recebo dos cidadãos locais.
A primeira checagem ( início de Agosto 2017 ) de preços eu fiz nas redes Atacadão e Giga na capital de São Paulo que vendem produtos por atacado e varejo .Geralmente os preços são mais baratos que nas redes de supermercados só de varejo.
A diferença não foi muito grande em ambos supermercados e a lista completa ficou em US$ 100,76.
Logo depois eu viajei para Orlando na Flórida e fiz a coleta de preços no final de Agosto de 2017, no Walmart e Target.
O preço médio ficou em US$ 205,76.
Em seguida eu viajei para 5 países na América Central ( Panamá, Nicarágua, Belize, República Dominicana e Equador ).
No Panamá eu fiz a coleta de preços na cidade do Panamá que é a capital, na rede de supermercados Deli e Rey.
O preço médio ficou em US$ 236,61.
Na Nicarágua eu coletei os preços em Manágua, capital do país, na rede de supermercados Mali e Maxi Pali
O preço médio ficou em US$ 119,64.
Em Belize eu coletei os preços na cidade de Belize City, que não é a capital, mas a cidade mais importante do país.
Em Belize não têm uma rede de supermercados forte. O comércio é dominado pelos Chineses em vários médios supermercados de bairros.
E depois eu coletei os preços em San Pedro que é o local escolhido pelos Americanos para viver a aposentadoria.
O preço médio ficou em US$ 239,65 em Belize City e US$ 291,11 em San Pedro.
Na República Dominicana eu fiz a coleta em Santo Domingo, que é a capital do país, na rede de supermercados La Cadena e em Las Terrenas, a cidade de praia escolhida pelos Europeus, eu verifiquei os preços no maior supermercado da cidade chamado Lindo.
O preço médio ficou em US$ 145,00 em Santo Domingo e US$. 200,74 em Las Terrenas.
No Equador eu coletei os preços na cidade de Cuenca e Quito na rede de supermercados Coral.
O preço médio ficou em US$ 178,68.
Resumo:
Em muitos países da América Central eles precisam importar os produtos, pois não têm produção local e desta forma a cesta básica fica bem mais cara.
Deste estudo envolvendo 7 países ( Brasil, Estados Unidos, Panamá, Nicarágua, Belize, Equador e República Dominicana ) o local mais em conta é o Brasil seguido da Nicarágua. O mais caro é em San Pedro em Belize.
Os países com maior abundância de produtos ( variedade e qualidade ) é o Brasil seguido pela República Dominicana e Panamá.
As cidades com maior concentração de expatriados como San Pedro em Belize, Las Terrenas na República Dominicana, Granada na Nicarágua, Las Tablas no Panamá e Cuenca no Equador, têm os preços mais elevados que outras cidades semelhantes nestes países, pois os grandes supermercados importam produtos e marcas mais consumidas pelos expatriados e desta forma a cesta básica fica em torno de 30 a 40 % mais cara.
Conclusão:
Apesar de estarmos vivendo no Brasil uma das maiores crises da história, devemos agradecer pois somos um país abençoado com tanta fartura de tudo, frutas, legumes, carnes, leite, peixe, etc etc.
Infelizmente em muitos países não existe esta abundância e variedade. Muitos produtos são importados ( congelados, em latas, etc ) e caros.
A cada país eu vou coletar estes dados, pois acho essencial esta informação para a tomada de decisão, se é possível viver com qualidade nestes países – antes ou depois de aposentados.