Olá

Estamos passando por um momento novo da civilização humana. Uma fase que estamos ganhando tempo extra neste planeta e não sabemos como podemos sobreviver nele.  Antes o limite era a aposentadoria … agora não mais.

A longevidade é um assunto que está sendo estudado pela Gerontologia (do grego gero = envelhecimento + logia = estudo), segundo Elie Metchnikoff em 1903, é a ciência que estuda o processo de envelhecimento em suas dimensões biológica, psicológica e social.

Eu pedi para o meu novo amigo,  José Floro, que atua no desenho de planos para pessoas nessa nova fase da vida, para falar sobre essa nova problemática do mundo moderno.

Segue o artigo:

Um planejamento nos ajuda a, primeiramente, pensarmos sobre a longevidade, estudando as alternativas possíveis, como nos prepararmos para as possibilidades e decidirmos por onde ir.

Hoje estamos sentindo claramente que a população está vivendo mais, devido aos avanços da medicina e à consciência e ao conhecimento que adquirimos sobre os cuidados com nossa saúde.

As crianças de nossas famílias, das famílias dos nossos amigos e dos nossos contatos convivem com seus avós e seus bisavós, os quais, além de curtirem essa convivência, ainda gozam de muito boa saúde e vitalidade.

Percebemos que nossa expectativa de vida em nossa região aumenta à olhos vistos, chegando perto dos 100 anos nos próximos 50 anos.

Uma análise simplificada, podemos perceber que viveremos mais, em média, entre 25 e 30 anos depois de aposentados.

Além das incertezas trazidas pela nossa previdência, que nos presenteia com muitas preocupações, e que deve exigir mais esforços profissionais (tempo de trabalho) para poder equilibrar os custos dos aposentados, seguramente trabalharemos mais.

O trabalho desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das pessoas, pois ao se sentirem produtivas e úteis, ganham motivação para uma atividade continuada, completando-se e buscando novas formas de se realizarem, adaptando à frequência e intensidade do trabalho que pós 50 e 60 anos permitem.

Algumas empresas já sentiram o quanto as experiências dos seniores contribuem ao se juntarem com os mais jovens. As visões se somam e podem avaliar, conjuntamente, alternativas para atendimento às demandas de mercados de produtos e serviços para as várias faixas etárias.

Recentemente defendi minha dissertação da Faculdade de Medicina da USP, onde estudei a decisão da carreira (momento da aposentadoria) na qualidade de vida e, consequentemente, na saúde.

É perceptível que o nome aposentadoria assusta e desmotiva a grande maioria das pessoas. Existem muitas referências à aposentadoria que causam muitas preocupações à quem está se aproximando desta fase.

Estamos ressignificando a aposentadoria como sendo o exercício de um benefício proveniente do INSS, ou seja, receber um valor (não vamos discutir aqui se o valor é justo ou não) mensal e ter tempo para nos dedicarmos às atividades que nos tragam realizações e também possam nos remunerar, complementando a renda na medida de nossa disponibilidade e dedicação.

Desenvolver um projeto com as atividades que nos tragam realizações, buscando as competências e os recursos necessários para essas atividades, mostra uma forma de nos prepararmos para as atividades que queremos desenvolver.

Um projeto de vida e carreira é fortemente recomendado em todas as fases da carreira, pois um projeto contribui no direcionamento dos nossos recursos, nos prepararmos para as atividades futuras, direcionando nossos esforços aos nossos objetivos.

Mais necessário ainda quando chegamos perto do momento da aposentadoria (50 +), que a maioria das pessoas evita até em falar sobre o assunto, devido às incertezas e das perdas que percebemos nas pessoas que chegam à esse momento. Um plano nos ajuda a, primeiramente, pensarmos sobre o assunto, estudando as alternativas possíveis, como nos prepararmos para as possibilidades e decidirmos por onde ir.

Evidente que não conseguimos avaliar todas as possibilidades, mas um projeto com um foco em atividades realizadoras, pode contribuir para criarmos caminhos nos aproximando de atuações que nos fazem bem e, consequentemente, podem contribuir com nossa comunidade.

Biografía do autor do artigo : José Floro Sinatura Barros

Mestre pela Faculdade de Medicina da USP com o tema “Indicadores da qualidade de vida relacionados com o envelhecimento da força de trabalho. Formação em Constelação Sistêmica; Especialização em Consultoria de Carreira; Certificação Internacional de Coaching pelo ICI. Pesquisador convidado do CPET (Centro de Pesquisas sobre Envelhecimento no Trabalho); Membro dos grupos PROCAR/GEOCAR de estudos sobre desenvolvimento de carreiras FIA/FEA USP. Vivência de 12 anos como gestor de carreiras, com programas de Coaching Sistêmico, Coaching de Carreira e Coaching de Preparação para a Aposentadoria.

E-mail: jose.floro@floro.com.br.

Autor

Escreva um comentário