A expectativa de vida de um americano nascido hoje é na média de 78,2 anos. No Brasil é de 75,8 anos.

Mas este ano, mais de 70 mil americanos chegaram aos 100 anos de idade. Aí vem aquela pergunta. O que eles estão fazendo que o americano médio não está fazendo? E será que eles mudariam seus hábitos se soubessem os principais motivos para uma vida longa com qualidade.

Você sabia que apenas 20 % de quanto tempo a pessoa média vive é determinada pelos genes.

Mas afinal o que são BLUE ZONES ou Zonas Azuis em Português?  São regiões, em várias partes do mundo,  onde as pessoas têm uma expectativa de vida maior  … mas com qualidade de vida.

Nessas regiões, ao redor do mundo, apesar de terem culturas diferentes, muitos têm uma vida além dos 100 anos mas com muito saúde, felicidade e longe de doenças tão comuns no nosso cenário atual.

São regiões onde o estilo de vida é extraordinário e pessoas de mais de 105 anos, parecem que têm 70. Suas populações apresentam pontos em comum, incluindo uma dieta muito próxima do modelo mediterrâneo, atividade física diária e uma atitude positiva em relação à vida.

Essas regiões surgiram e receberam esse nome após anos de estudos, realizados desde 2004, em locais onde há uma forte relação entre a longevidade e a baixa incidência de doenças crônicas. O conceito começou a ser desenvolvido pelos estudiosos Gianni Pes e Michel Poulain, que descobriram que a província de Nuoro na Sardenha, na Itália, era uma área com alta concentração de centenários. Porém, tomou força e repercussão quando o repórter Dan Buettner reuniu uma equipe de pesquisadores – médicos, antropólogos, demógrafos e epidemiologistas – e lançou um projeto para identificar as áreas do mundo onde a longevidade é maior e estudar suas características.

Província de Nuoro na Sardenha – Itália

Com o tempo, outras quatro Blue Zones foram identificadas:

Ikaria, Grécia – Ilha do Egeu com uma das taxas mais baixas do mundo de mortalidade de meia idade e as menores taxas de demência.

Península de Nicoya, Costa Rica – As taxas mais baixas mundiais de mortalidade de meia idade e a segunda maior concentração de centenários masculinos.

Adventistas do sétimo dia – A maior concentração é em torno de Loma Linda, Califórnia. Eles vivem 10 anos mais do que seus homólogos norte-americanos.

Okinawa, Japão – Mulheres com mais de 70 anos são a população mais longa do mundo.

 

Nesse estudo diversas informações foram colhidas e relacionadas, para detectar pontos em comum entre essas regiões.

Encontraram 9 fatores semelhantes à essas regiões, motivos pelos quais eles vivem mais, melhor, com mais saúde, paz e felicidade.

Eles são:

  1. Mova-se naturalmente

As pessoas mais experientes do mundo não são bombadas fazendo exercícios pesados, não correm maratonas ou se matam nas academias. Em vez disso, elas vivem em ambientes que constantemente precisam se mover para fazer suas tarefas diárias.. Elas cultivam jardins e não possuem facilidades ou ferramentas que ajudam a fazer suas tarefas no jardim, casa e quintal. Enfim, eles se exercitam de forma natural, caminhando, andando de bicicleta, fazendo suas tarefas domésticas, etc.

2. Objetivo – O que me move?

Os Okinawans do Japão  chamam de “Ikigai” e os Nicoyanos da Costa Rica chamam de “plano de vida”, pois ambos se traduz em “por que eu acordo todas as manhã?”. Saber que seu senso de propósito vale até sete anos de expectativa de vida extra

3. Down Shift ( reduz à marcha )

Mesmo as pessoas das Blue Zones experimentam estresse. O estresse leva a inflamação crônica, associada a todas as principais doenças relacionadas à idade.

O que as pessoas mais experientes do mundo fazem é que buscam formas de tirar o estresse . Tiram minutos do seu dia para relaxar, descansar a mente, dormir, se concentrar nas refeições e se conectar com algo maior que acreditam no universo.

4. Regra de 80% ( Parar de comer quando tiver 80 % satisfeito )

“Hara hachi bu” –  O Okinawan, é um mantra confuciano de 2500 anos de idade, diz que antes das refeições lembra-lhes que parem de comer quando seus estômagos estão com 80% cheio. O intervalo de 20% entre não estar com fome e sentir-se cheio,  poder ser a diferença entre perder peso ou ganhá-lo.

Evitam consumir quantidades excessiva de alimentos durante as refeições,  principalmente,  à noite. Estão atentos ao seu organismo e respeitam a sensação de saciedade, pois o cérebro leva um tempo maior que o estômago para entender que estamos saciados.

5. Plant Slant ( Comida à base de grãos em porções pequenas )

Uma dieta  composta por alimentos vegetais íntegros: frutas, vegetais, cereais, leguminosas, tofu, oleaginosas e sementes.  Dessa forma, o consumo de carne vermelha é reduzido na quantidade e porção sendo apenas uma vez na semana e, também, excluem as carnes processadas. Algumas regiões consomem laticínios apenas de leite de ovelha e cabra. Também faz parte da alimentação peixes em quantidade moderada, e evitam os alimentos processados e com açúcar adicionado.

6. Vinho ( 1 a 2 taças de vinho por dia )

Pessoas em todas as BLUE ZONES (exceto adventistas) bebem álcool de forma moderada e regular. A sugestão é beber 1-2 taças por dia conversando com amigos e/ou consumindo alimentos saudáveis.

7. Sentir parte do todo ( comunidades baseada na fé )

Todos, exceto cinco dos 263 centenários que foram entrevistados, pertenciam a alguma comunidade baseada na fé. A denominação não parece importar. Pesquisas mostram que, atendendo à serviços baseados em fé, quatro vezes por mês,  adicionará 4-14 anos de expectativa de vida.

8. A família em primeiro lugar. ( País e avós nas proximidades )

Os centenários bem-sucedidos nas BLUE ZONES colocaram suas famílias em primeiro lugar. Isso significa manter o envelhecimento dos pais e avós nas proximidades ou em casa (também reduz as doenças e as taxas de mortalidade de crianças no lar).

Eles comprometem-se com um parceiro de vida (que pode adicionar até 3 anos de expectativa de vida) e investem em seus filhos com tempo e amor (eles serão mais propensos a cuidar de você quando chegar a hora).

9. Tribo certa ( Tabagismo, obesidade, felicidade e solidão são contagiosas. )

As pessoas mais experientes do mundo escolheram – ou nasceram – em círculos sociais que apoiaram comportamentos saudáveis, Okinawans do Japão criaram “moais” – grupos de cinco amigos que se comprometeram para a vida.

A pesquisa dos estudos de Framingham mostra que o tabagismo, a obesidade, a felicidade e até a solidão são contagiosas. Assim, as redes sociais de pessoas de longa duração têm moldado favoravelmente seus comportamentos de saúde.

Conclusão.

A pesquisa revela que a expectativa de vida pode aumentar de 10 a 12 anos se forem seguidas as 9 evidências acima.

Para completar 100 anos com qualidade, você não precisa ganhar na loteria genética ( os 20 % ) e não precisa morar nas BLUE ZONES para ter uma maior longevidade. 

Basta seguir os passos acima e ir em busca de uma vida melhor, mais longa e muito mais saudável!

 

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