Existem alguns ditados populares, bastante antigos, que ao longo da vida nos faz refletir como são verdadeiros. É a sabedoria popular que nos ensina.
Um dos ditados é “ Tudo tem uma razão de ser, nada na vida acontece por acaso“
Eu tive o privilégio de conhecer a Telma quando trabalhávamos na HP. Logo que me apresentaram eu senti que ela era uma pessoa especial. Ela trabalhava na filial de Campinas e foi a primeira a se interessar pelo projeto social de Mentoring Profissional para jovens de comunidades. Logo se tornou meu braço direito para implementar o projeto em Campinas e coordenou o projeto junto com vários voluntários, todos colaboradores da HP. Enfim, como nada acontece por acaso …. Deus colocou ela no meu caminho e sou muito grato por tê-la na minha vida.
Depois nos desligamos da HP e fomos para caminhos distintos, mas sempre conectados pelas redes sociais. Há algumas semanas, eu ví um post dela sobre um depoimento para uma publicação sobre sua superação para se curar de um câncer.
Fiquei assustado, pois não sabia que ela tinha passado por esta fase na vida dela e quiz saber mais. Ela me passou 2 links sobre a história dela que está no youtube e claro, pedi para ela relatar sua história para compartilhar com vocês, pois como nada acontece por acaso, pode servir para outras pessoas que estão passando por semelhante situação. Desta forma, se conhecer alguém que precise escutar isso, por favor compartilhe.
Segue o relato dela:
1 – Quando sentiu que não estava bem de saúde?
Tudo começou quando percebi um caroço em meu rosto perto do ouvido. Não dei muita bola no princípio, mas quando esse caroço começou a crescer … aí fui buscar um diagnóstico médico.
2 – Qual foi sua primeira reação quando recebeu o diagnóstico médico?
Primeiro o médico levantou a suspeita, mas a confirmação veio com o resultado da biópsia. Lembrou-me bem que quando li ‘positivo para Linfoma não-Hodkins’, senti um desconforto imediato de imaginar o que me aguardaria pela frente, mas em momento algum bateu o desespero. De algum lugar dentro de mim, vinha uma certeza muito grande de que EU ia trazer minha cura (não a quimioterapia).
3 – Como contou para sua família? Qual foi a reação deles?
Meu marido ficou muito abalado com a notícia e minha mãe, irmãs e cunhados também. Mas meu marido foi um companheirão, esteve ao meu lado me dando forças (muitas vezes, era eu a dar forças a ele de que tudo ia dar certo 😊). É lugar comum dizer, mas, sem sombra de dúvida, o apoio da família e o carinho dos amigos é fundamental para um paciente que tem um diagnóstico de câncer.
4 – O que mudou na sua vida a partir do momento que começou o tratamento?
Na verdade, a mudança foi a partir do momento do diagnóstico que foi quando decidi que ia cuidar de mim, independentemente do tratamento convencional. Decidi que ia fazer cuidar-me em nível físico, emocional e mental.
5 – Como foi o tratamento?
O tratamento convencional foi de 6 sessões de quimioterapia com intervalos de 21 dias entre cada sessão. E o tratamento que resolvi fazer de forma independente foi:
- em nível físico: busquei uma nutricionista para rever totalmente minha alimentação. E a primeira coisa que fiz (sem sofrimentos) foi reduzir drasticamente o consumo de carnes de animal, alimentar-me muito mais de frutas, legumes e verduras.
- Em nível emocional: como sou reikiana, comecei um tratamento intensivo de auto-aplicação do Reiki para me manter conectada em meu equilíbrio emocional e sempre lembrar-me que EU crio minha realidade. Sou co-criadora com o Criador.
- Em nível mental: conheci os Florais Joel Aleixo e o curso de alquimia. Cuidar-me com medicamentos feitos a partir da natureza (plantas e minerais) me reconectou à minha essência e me lembrou que sou parte dela e é dela que meu alimento para o corpo e para a alma vem.
Como Hipócrates (pai da medicina) disse: “Deixe o alimento ser seu remédio e o remédio ser seu alimento”.
6 – Quais os efeitos colaterais dos medicamentos?
Não tive nenhum efeito colateral a não ser que meus cabelos caíram bastante, mas aguentaram firme e não precisei raspar o cabelo.
7 – Como o seu tratamento afetou sua família? Fisica e emocionalmente
Como eu me mantive tranquila e confiante durante todo meu tratamento, essa tranquilidade passou para eles. Eles tinham apreensão quanto ao desfecho da doença e do tratamento, mas todos nos confortávamos na segurança que eu tinha de que tudo ia acabar bem.
8 – Qual sua religião? Ela ajuda e ajudou no processo de cura?
Sou católica de batismo e acredito muito em Deus. Mas hoje minha igreja é minha casa. Acreditar em algo Maior que você é muito importante no processo de ter esperança de que Algo ou Alguém está na caminhada com você, não importa que nome essa Força tenha: Deus, Universo, Luz, Buda, etc.
9 – O seu plano de saúde cobriu e cobre os custos envolvidos? Se não, o que recomenda para quem tem um plano de saúde privado?
Na época em que fiquei doente, trabalhava na prefeitura de Jaguariúna e não tinha nenhum convênio médico. Fui encaminhada para o hospital da Unicamp e fui muito bem tratada lá, com um médico professor da área de hematologia. Minha experiência foi muito positiva com o tratamento na rede pública. Sei bem que há relatos dramáticos de pessoas que não tem a mesma sorte, mas a busca pelos direitos pelo Ministério Público é sempre um caminho.
Quanto à planos de saúde, não tive a experiência para fazer recomendações.
10 – Qual o estágio da sua cura neste momento?
Eu me sinto absolutamente curada 😊, de acordo com a medicina tradicional já passei da fase de remissão (até 5 anos). Levo uma vida absolutamente normal e nem penso mais na doença.
11 – Como esta doença mudou a sua forma de ver o mundo?
Através da doença, descobri que o mesmo poder de criar doenças em meu corpo tenho de criar saúde. Hoje sou muito mais consciente da minha responsabilidade com meu corpo e bem-estar, com minha saúde física, emocional e mental.
Entendi também que estamos adoecendo coletivamente, que a minha doença é um sinal do que estamos fazendo conosco, não só eu.
Nos alimentamos com baixíssima qualidade, sofremos a síndrome do pensamento acelerado, buscamos a felicidade em coisas artificiais, não acreditamos em nosso poder de transformação e não enxergamos “o outro” como um semelhante, mas sim como um estranho ou concorrente.
Tudo isso está nos fazendo cada vez mais doentes, infelizes e indiferentes à dor do outro. E o mais assustador é que esse fenômeno é global!
12 – Baseado na sua experiência vivida com este momento, o que recomenda para nossos leitores.
Em minha caminhada depois do câncer, tive a oportunidade de conhecer uma iniciativa linda e muito eficaz de uma pessoa, que se tornou minha amiga, Gabriela Besser, chamado Portal SuperAção.
Eu recomendo fortemente às pessoas que estão hoje enfrentando um diagnóstico de câncer ou parentes que vivem a angústia de ter uma pessoa na família com câncer a se inscreverem no Portal para tornarem-se “Superadores” e terem o apoio de “Anjos” que já passaram por essa experiência e podem ajudá-los (as) a passar por esse momento de forma mais tranquila e equilibrada.
Eu hoje sou uma “Anja” 😊 no Portal e retribuo ao Universo e às pessoas que lá estão, tudo aquilo que aprendi com minha experiência pessoal.
No mais, minha recomendação é olhar para si e para o mundo e ser curioso … a ponto de querer entender o que está acontecendo conosco em nível de evolução da humanidade. Estamos em um momento único, em que ou damos um salto quântico em termos de consciência coletiva ou estaremos condenados a desaparecer como espécie.
Mas como sou uma otimista incorrigível, acho que vamos encontrar os caminhos para vivermos em harmonia uns com os outros e com a natureza.
Bio de Telma Gomes
Com um mestrado em Liderança Estratégica para a Sustentabilidade, na Blekinge Institute of Technology (BTH) – Suécia, onde vive desde 2010, Telma tem liderado vários projetos inovadores: co-fundou a iniciativa internacional “One Future, One Planet”, criando um “Diálogo Global” que envolveu oito diferentes países, co-desenvolveu o programa WIESD – Mulheres na vanguarda da Inovação, Empreendedorismo e Desenvolvimento Sustentável, entre outros.
Além do mestrado, Telma traz em sua bagagem um MBA em Gestão em Empreendedorismo Social, pela FIA-USP e uma experiência profissional de mais de 20 anos em grandes empresas multinacionais, como a Hewlett Packard, Caterpillar e Bayer. Atuou nas áreas de Desenvolvimento de Negócios, Gestão da Cadeia de Suprimentos e Responsabilidade Social e Ambiental.
Além da carreira corporativa, Telma também conta com experiência em gestão pública. Assumiu em 2008 a Secretaria de Relações Institucionais do município de Jaguariúna, SP, atuando nos níveis municipal, estadual e federal. Lá, desenvolveu um projeto para inspirar mulheres a assumirem posições e cargos estratégicos de tomada de decisão, entre outros.
Atualmente, co-desenvolve a start-up internacional SEEDS for Sustainability, que fomenta o desenvolvimento global através do Esporte, Empoderamento Feminino, Economia Circular e Liderança para Transformação.
O que a move? Sua aspiração é fazer parte de uma mudança de paradigma que envolva indivíduos, comunidades, empresas e governos, para transformar o “local” e o “global” em sociedades inovadoras, sustentáveis e prósperas..
email para contato: tegomes2@gmail.com