Minha esposa e eu adoramos assistir o programa “Adotada” da MTV, com a irreverente Maria Eugênia que se hospeda, por alguns dias, na casa de algumas famílias como filha adotiva.

Há alguns meses assisti o episódio 7 da temporada 4, a linda Família Crummenauer de Curitiba, no Paraná e fiquei encantando pela história de superação da Sra Telma, mãe, esposa, motociclista e líder de um movimento de mulheres motociclistas.

Clique sobre o link abaixo para assistir o programa completo.

Link Programa Adotada no Youtube

Consultei o google e consegui o contato da Telma que gentilmente se propôs a compartilhar sua história de vida e

como ela mesmo diz – seu estilo de vida.

Quem sabe você mulher (ou homem) pode se sensibilizar e refletir sobre sua vida, e procurar alternativas (não precisa ser a moto) que possam dar um novo sentido para ela.

 

Quando começou  praticar seu hobby preferido e por quê?

Meu nome é Telma Crummenauer , tenho 48 anos, sempre fui garupa do meu marido, mas aos 46 anos eu decidi que queria pilotar a minha própria moto.

Sempre tomei muitos remédios antidepressivos –  tinha sempre uma tarja preta que me acompanhava, então decidi que era hora de pilotar minha própria vida.

O que você sentiu, e sente,  quando pratica este hobby?

Pra mim motociclismo não é um hobby,  é um estilo de vida.

Eu sinto a liberdade.

É uma conexão mais próxima entre eu e o universo, sem intermediários, entre mim e Deus –  sinto, o poder de escolha de ser livre, e ir pra onde eu quiser, conhecer a força que vem de dentro… a força da superação, que nem sabemos que temos, a não ser em cima de uma moto no meu caso, nas estradas…. por ai.

 

Qual o sentido que isso traz à sua paz mental, emocional e espiritual?

É muito difícil traduzir o que se sente em cima de uma moto, dentro do capacete … talvez porque sentimos tudo, e não sentimos nada. Talvez porque pensamos em tudo e não pensamos em nada. “Risos”

É realmente difícil traduzir a sensação de liberdade, mas quem pilota entende o quero quero dizer. Para quem não pilota,  não tem como explicar.

 

Quantas vezes você pratica por semana? Quando se vê impedida de praticar, qual o efeito ao seu equilíbrio emocional, à sua mente ou corpo?

Procuro andar todos os finais de semana, claro quando o tempo ajuda , pois moro no sul, e por aqui  São Pedro não é Motociclista. Normalmente saio no sábado e no domingo, alternando entre estar com o marido, e meu grupo de mulheres que também pilotam.

Quando somos castigadas pelo mal tempo, a  semana não segue legal, pois não descarrego as energias acumuladas da semana. A minha cabeça não fica de boa, e acredite, é muito ruim para  alma e para a mente, não desconectar em cima de uma moto.

Final de semana com minha moto,  é meu divã particular. “Risos”.

FOTO: Telma com Maria Eugênia do programa “adotada “

Você se sente diferente – na concepção de sua estrutura emocional – quando o pratica?

Em quê? Como? Em que intensidade?

Quando ando com a minha moto,  todos os males são curados, minha bateria interior é recarregada. O emocional encontra o equilíbrio para a semana.  Muitos dias sem pilotar,  tudo isso vai por água abaixo, digamos que é como, se faltasse alguma coisa, quase que uma abstinência mesmo, pois liberdade é um estado de felicidade e vicia  “Risos”.

 

Quais são os cuidados necessários com a saúde? Existe alguma limitação de idade?

Claro que para andar de moto em grandes viagens, como a que fui para Brasília de 3.200 km, tem que estar com a saúde meio em ordem.

As distâncias muito longas, tem muito desgaste, as dores no corpo são inevitáveis, principalmente braços e a lombar – mas nada que uma dose de determinação não resolva. Talvez o melhor remédio que se deva levar, na bolsa, de primeiros socorros, seja superação – em doses bem equilibradas não tem erro, nenhuma distância, idade, estilo de moto ou cilindrada, isto é, sem contra-indicação. Tudo vai depender do tamanho da sua vontade – o quanto você realmente quer.

 

Qual a parte do corpo que é mais exigida?  Quais os riscos envolvidos?

Eu particularmente tenho dores lombares, mas nada que uma cinta abdominal não resolva – mas pra cada um é diferente. Já viajei sem sentir dor nenhuma, cada um é cada um, mas não há riscos.

 

Quais os cuidados necessários de saúde e equipamentos de segurança ?

  • Equipamentos de segurança,  faz toda a diferença.
  • Roupas resistentes e apropriadas
  • Bom capacete
  • Luvas
  • Botas apropriadas para andar de moto

Para tudo isso existem modelos e marcas diversas,  independente da marca, são equipamentos indispensáveis.

 

Quais sāo os passeios que recomenda para quem está iniciando ? e quais para quem já tem experiência?

É tão difícil recomendar um passeio, para quem está começando.

Vai depender de cada um.  Eu adorava ir todo final de semana para a estrada da graciosa (no Paraná) tem muitas curvas e paralelepípedos – já minhas amigas não gostavam. É tudo muito relativo.

Eu amo viajar – há alguns meses chegamos do Perú. Para mim uma realização de um sonho, mas talvez haverá quem não vai curtir.

Mas o importante é liberdade de escolhas, de ir e vir, de estar em movimento, de não só ver a paisagem, mas fazer parte dela, em qualquer lugar, a qualquer hora.

Boraaaaaaa lá?!?!

Me fale como começou o clube de motociclistas ” Filhas do vento e da liberdade ” e como as mulheres podem se juntar a este movimento livre de mulheres motociclistas.

O grupo “Filhas do Vento e da Liberdade” começou há 1 ano, quando conheci meu próprio despertar, quando digo que fui salva de mim mesma, pelo motociclismo.

Meu marido Bennur Crummenauer,  não me deu só uma moto, ele me deu uma expectativa de dias melhores. Claro que tudo depende do que você vai fazer, as escolhas sempre serão nossas, e eu escolhi contar a minha história, e não importa a idade,  nem quantas cilindradas tem que ter sua moto – que somos tão jovens como nossa mente diz que somos.

Não há limites para a vida, claro …  existiram muitos grupos e outras mulheres que  me inspiraram – eu acreditei – é assim segue a troca.  Nós acreditamos umas nas outras e acreditamos em nós mesmas – é a força das mulheres –  a força do juntas e misturadas.

Já somos quase cinco mil “Filhas do Vento e da Liberdade” que estão plantando está semente  “Acredite você também pode “…   o resultado não poderia ser diferente.

Mulheres descobrindo a força interior, despertando, acreditando e realizando sonhos.

Amo tudo isso.

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4 Comentários

  1. Ser motociclista não tem explicação !
    Ou curte ou não curte .
    Amamos ser #filhasdoventoedaliberdade

  2. Andressa santos Responder

    Liberdade e Simplicidade, é a definição que tenho do grupo.
    Sou Filha do Vento e da Liberdade com maior orgulho 😍

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